domingo, 12 de abril de 2009

Então, o que você me diz?




A música parou e eu ainda estava suspensa no ar.
Mas desta vez eram os pensamentos, e não os meus pés, que rodopiavam em meio aquele turbilhão de palavras, na tentativa de juntar novamente seus corpos no vão de silêncio.
Sim, já fazia silêncio e a palavra sabida, mas engasgada, teimava em não sair.
E o intervalo parecia se esticar para ouvir a resposta.

Mas o que responder?
A pergunta não era das mais pertinentes e feita de forma direta, escancarava todas as suas segundas e até terceiras intenções.
Pensei em arriscar um sim. Bastava isso para reduzir 549 quilômetros em poucos, pouquíssimos, centímetros. Mas ainda é cedo para saber se vale a pena.

Não que eu sonhe com príncipe encantado, do tipo que envia flores, escreve poesias ou se mete a entender a alma feminina só para melhor satisfazê-la. Não. Mas vamos combinar?! Ouvir sapos “arrotando” num coachado desconcertante está longe de ser um bom começo.
Hummm... e se eu o beijasse mais uma vez?
(aaaaaaaaaaaaii não sei!)

Alma feminina, não, não seria o forte dele. As flores, bem, acho que estas até viriam. Talvez muitas. Como nunca as recebi. Mas sinto falta da poesia. E não me refiro aos escritos de Vinícius, ou a música do Chico; mas as cores de Monet ou as mãos daquele chef do restaurante que eu adoro e que sempre me faz voltar para sua arte.
É mais uma questão de encantar.
De fazer se sentir especial. De conquistar...

- E dizer que sente saudades e querer vir todos os fins de semana desde aquele de tantas alegrias, cores e adereços, não é achar alguém especial?
- Está disponível e saber esperar, pacientemente, até que todas as desculpas se esgotem e a tal viagem possa ser feita, não é declarar interesse?
- Dizer que entra na net só para ver se tem recadinho e que vem para cá só para rever e reviver, não é bastante para conquistar?

- Então, o que você me diz?

- Eu acho que...

E aos primeiros acordes, os pés retomaram logo seu lugar e os ouvidos aguçados já eram, mais uma vez, sufocados pela nova música, que tocava numa melodia calma e contagiante preenchendo todos os espaços daquele longo e curioso intervalo.
A resposta?
Esta ainda não veio. Talvez haja tempo para alguns rodopios antes da música parar novamente e a pergunta ser refeita.

2 comentários:

Carlinha disse...

Lindo!!!!!!!!! Amei o texto!!! E quanto a pergunta que não quer calar, só vc vai poder responder. Mas eu, particularmente, acho que não custa tentar... Porque como vc mesma disse:
"E dizer que sente saudades e querer vir todos os fins de semana desde aquele de tantas alegrias, cores e adereços, não é achar alguém especial?
- Está disponível e saber esperar, pacientemente, até que todas as desculpas se esgotem e a tal viagem possa ser feita, não é declarar interesse?"
Pega um carro e vir a Natal só pra... seria um truake caro demais, não achas???
Pois então, acho que você poderia dar uma chance ao sapo, porque é fato venérico que ele está interessado. Caso contrário, tinha dado uma crise de aminésia!!! kkkkk

Unknown disse...
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