
Quero a graça do encontro. Desvendar o inusitado. Permitir que outros caminhos sejam trilhados. Há outros mundos, além deste recanto. Despir-me dos antigos projetos e vestir sonhos novos. Em outras cores. Talvez verde. Ou já maduros. Sim. Porque há outras possibilidades. Não sei onde. Mas tem. Conhecer palavras ainda não ditas. Sentir o desdobrar da primeira intenção. Da segunda. O último pensamento do dia. O sorriso reservado na mesinha de cabeceira. A imaginação de ser identificada em alguma página de livro. Seja este o drama que perpassa todo romance, ou a nudez que atiça. Fotografar esperanças e catalogar momentos. Desejo a surpresa da mensagem em meio à reunião de pauta. A ligação que desperta no meio da noite. A gargalhada. O propósito faceiro no canto da boca. Até a lágrima. Sim. Porque ciclos abrem e se fecham sempre. Vai passar! E, outra vez, me deparar com a irremediável sensação de não poder consertar. Elevar-me pelo perdão. Ter satisfação de aceitar. A partilha das mãos, dos dedos, dos lábios e seus sussurros. Busco o grito que não fala. Desperta. A resposta dos olhos. O silêncio que perturba. Revirar na cama com a lembrança. Perder o sono em expectativas. Dormir aconchegada. Conservar a paz no trânsito engarrafado. Cantar a nossa canção (sim, porque quando você aparecer, teremos uma) sem pressa. Quem sabe seja Chico. Devagar. Cadenciado. Ouvir o coração se rasgar. Costurar almas. Ponto a ponto. Casa a casa. Alinhavar corpos. Atar em nó e desfazer. Pétala a pétala. Bem-me-quer! Receber a alegria das rosas e seus espinhos. Flutuar igual borboleta no estômago. Deixar ser arrebatada para uma estrela. Plainar cadente. Pisar o chão descalça e perceber as pedras. Sim. Porque há de ser real. Como o arrepio na nuca. Ser tocada de leve. Ganhar preocupações. Trocar codinomes. Provar outros sabores. Marcar os sentidos. Aguçar o nariz e sentir o gosto do vento contra o rosto e os cabelos. Se soltar. E respirar. Aliviar o coração das mágoas. Derramar outras histórias. Se esvaziar e encher tudo. Dançar ritmos até então não imaginados. Encantar. Aquecer. Gelar. E rir. E rir mais uma vez. Sim. Porque há outras verdades. Será possível atracar seguro. Crescer nas tormentas. E proporcionar calmaria. Poder se debruçar em nascentes metas. Erguer um lar. Conquistar o quintal e desbravar as linhas do teu rosto. Dar vida. Acordar com a fé de que valeu e vale à pena. E não ter medo de envelhecer ao seu lado. Sim. Porque a vida é grande demais para se propor a pouco. Porque eu recebi a promessa. Certifiquei o vindouro. Endossei o coração. E confio. Não sei de onde. Mas vem! Então, que se aproxime manso, até falho, mas não tarde. E anoiteça com luzes coloridas, enquanto retoco a maquiagem e o calor me pinta. Em uma, duas, três, quantas telas caibam nessa criação. Quero a magia do novo de novo. E seu velho recomeço. Sim. Porque o amor há de chegar. E renovar. Reinventar. E começar tudo de novo. Quero a graça do encontro. Desvendar o inusitado. Permitir que outros caminhos sejam trilhados...
Um comentário:
Amiga, vem sim! E vem com todos os predicados que vc deseja... E qdo chegar vc vai cantar como Roberta, a Sá:
Amor assim, não tem não quem não queira
Quem me quer bem, é bem quem eu queria
Agora sim me sinto mais inteira
No meu caminho, nessa companhia
...
Dona melancolia já não me detona sem dó (oó)
E a senhora alegria já não me abandona
Pois agora eu não sou só eu só
...
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