Esse mês foi aberta a temporada dos casamentos de queridas e
nascimentos de filho e filha de outras. E tudo isso me fez parar e lembrar de um
desejo já meio abandonado ou até negado - lá no fundo, pra não dar o braço a
torcer e admitir que carência não é coisa de Deus. Mas fato é que, sim, eu
quero um amor. E um amor para casar! Não é qualquer amorzinho só de enviar
mensagens no meio da noite ou no café da manhã e convidar pra jantar, cineminha
ou show do Criolo e de Chico. Quero mais. Um amor de verdade, desses que aturam
a gente até sem maquiagem, de TPM e depois de chegar de um pescoção no jornal
que te engoliu até às 2h da madruga.
Que venha com borboletas na barriga e rosas vermelhas, mas
que não esqueça que no final das contas a gente ainda vai ter muito que
conversar sobre jogar roupa fora do cesto e toalha molhada na cama. Quero um amor pra casar. Desses que topam ir no
aniversário da avó, pra missa, te levam para ver o jogo do ABC no estádio e param para
ensinar play guitar ou a última versão do Playstation. Mas tenha também
a consciência que sair pra fazer comprinhas no shopping só tem graça com as amigas e arranje algo de
bom pra fazer com os dele.
Não me importa que me ache boba se eu chorar e repetir o
texto pela milésima vez ao ver pela milésima vez ‘Orgulho e Preconceito’. Pode rir, na boa, mas me
aperte de lado. Que brigue por alguém que sofre de enxaqueca e insônia tomar
litros de café comendo chocolate todos os dias, mas desligue a luz e fale
baixinho, depois de me dar um cefalium e um beijo na testa.
Um amor que tenha prazer de escolher os convites, os móveis, o nome dos filhos, que procure semelhanças nossas neles e que sempre ressalte que o melhor deles é meu, para depois receber um elogio. E entenda que livros terão um lugar de destaque na sala- depois das fotos da família - maior que a televisão.
Um amor que tenha prazer de escolher os convites, os móveis, o nome dos filhos, que procure semelhanças nossas neles e que sempre ressalte que o melhor deles é meu, para depois receber um elogio. E entenda que livros terão um lugar de destaque na sala- depois das fotos da família - maior que a televisão.
Um amor para conversar no domingo à noite, quando se tem a
sensação que emendaram umasemananaoutra sem parar nem para respirar... ufa!Que rache as contas da casa, do
plano de saúde, da escola dos filhos, mas sempre pague sozinho o restaurante,
só para eu achar bonitinho e me sentir como nas primeiras vezes. Que adore
viajar juntos, rir juntos, comer juntos, brindar juntos, dormir juntos e até
chorar juntos.
Que converse bastante quando eu me trancar e não querer sair
de mim e que ouça com atenção quando eu precisar falar pra não pirar. E que se
tranque no banheiro por 20 minutos quando eu puxar uma briga – para que eu não
estoure de vez e me arrependa depois. Vinte minutos é tempo suficiente para que eu
tenha me recomposto quando ele sair de lá, com a cara mais lavada, dessa vez
pra gente conversar.
Sim, eu quero! E daí que eu sou influenciável e que essa temporada
de buquês, vestidos e bolos de noiva já, já passa e eu vou continuar na
correria das redações e recorrendo a algum boteco com amigos no fim de semana –
ou mesmo na segunda-feira - para aliviar a alma? Quero mesmo é que ele também
esteja comigo no boteco rodeado de jornalistas, mesmo que não entenda patavinas
do que é um “lead”, “release”, “dead-line”, “pauta chiba” ou sequer saiba que “a
barriga dada pelo concorrente” nada tem a ver com gravidez ou estar acima do
peso. Quero ele lá, lindo, entrosado e se interessando pelo meu mundinho e os
meus.
Não precisa abrir sempre a porta do carro e puxar a cadeira,
mas que faça questão em abrir as portas da casa dele para a família me receber.
E por mais que ame a mãezinha dele, lembre que eu sou diferente dela e foi a
mim que escolheu para viver feliz o resto dos dias. Isso mesmo. O resto dos
dias, "até que a morte nos separe. Amém!" Porque casamento e família ainda são
sagrados para mim e deve ser pra você também, meu amor.
Que tenha valores semelhantes aos meus, acredite em Deus e
já tenha criado um cachorro. Li outro dia que bons donos de cachorros têm tendência
a serem bons pais – literatura barata, eu sei, mas não custa não duvidar. Que me faça lembrar que ir pra night é bom, mas estar bem acompanhada é ainda mais. Que me erga quando eu pisar na bola ou o chão se abrir, engolindo tudo.
Um
amor como o de 'Lizzy e Darcy' que se
sobrepõe a tudo e assim eu possa dizer: “sim, mil vezes sim”, mas sobretudo
que seja real, honesto e multiplicador como o dos meus pais, meus avós...
Sim, eu quero um
amor pra casar.
Um comentário:
Esse é um daqueles textos que vc pensa:
-Peraí,com é que vc sabe tanta coisa ao meu respeito? =)
Simples e direto ao ponto, palavra a palavra.
Procuro a mesma coisa, que sejamos bem sucedidas na busca.
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