domingo, 2 de setembro de 2012

Eu quero um amor para casar.



Esse mês foi aberta a temporada dos casamentos de queridas e nascimentos de filho e filha de outras. E tudo isso me fez parar e lembrar de um desejo já meio abandonado ou até negado - lá no fundo, pra não dar o braço a torcer e admitir que carência não é coisa de Deus. Mas fato é que, sim, eu quero um amor. E um amor para casar! Não é qualquer amorzinho só de enviar mensagens no meio da noite ou no café da manhã e convidar pra jantar, cineminha ou show do Criolo e de Chico. Quero mais. Um amor de verdade, desses que aturam a gente até sem maquiagem, de TPM e depois de chegar de um pescoção no jornal que te engoliu até às 2h da madruga.

Que venha com borboletas na barriga e rosas vermelhas, mas que não esqueça que no final das contas a gente ainda vai ter muito que conversar sobre jogar roupa fora do cesto e toalha molhada na cama.  Quero um amor pra casar. Desses que topam ir no aniversário da avó, pra missa, te levam para  ver o jogo do ABC no estádio e param para ensinar play guitar ou a última versão do Playstation. Mas tenha também a consciência que sair pra fazer comprinhas no shopping só tem graça com as amigas e arranje algo de bom pra fazer com os dele.

Não me importa que me ache boba se eu chorar e repetir o texto pela milésima vez ao ver pela milésima vez ‘Orgulho e Preconceito’. Pode rir, na boa, mas me aperte de lado. Que brigue por alguém que sofre de enxaqueca e insônia tomar litros de café comendo chocolate todos os dias, mas desligue a luz e fale baixinho, depois de me dar um cefalium e um beijo na testa.

Um amor que tenha prazer de escolher os convites, os móveis, o nome dos filhos, que procure semelhanças nossas neles e que sempre ressalte que o melhor deles é meu, para depois receber um elogio. E entenda que livros terão um lugar de destaque na sala- depois das fotos da família - maior que a televisão.

Um amor para conversar no domingo à noite, quando se tem a sensação que emendaram umasemananaoutra sem parar nem para respirar... ufa!Que rache as contas da casa, do plano de saúde, da escola dos filhos, mas sempre pague sozinho o restaurante, só para eu achar bonitinho e me sentir como nas primeiras vezes. Que adore viajar juntos, rir juntos, comer juntos, brindar juntos, dormir juntos e até chorar juntos.

Que converse bastante quando eu me trancar e não querer sair de mim e que ouça com atenção quando eu precisar falar pra não pirar. E que se tranque no banheiro por 20 minutos quando eu puxar uma briga – para que eu não estoure de vez e me arrependa depois.  Vinte minutos é tempo suficiente para que eu tenha me recomposto quando ele sair de lá, com a cara mais lavada, dessa vez pra gente conversar.

Sim, eu quero! E daí que eu sou influenciável e que essa temporada de buquês, vestidos e bolos de noiva já, já passa e eu vou continuar na correria das redações e recorrendo a algum boteco com amigos no fim de semana – ou mesmo na segunda-feira - para aliviar a alma? Quero mesmo é que ele também esteja comigo no boteco rodeado de jornalistas, mesmo que não entenda patavinas do que é um “lead”, “release”, “dead-line”, “pauta chiba” ou sequer saiba que “a barriga dada pelo concorrente” nada tem a ver com gravidez ou estar acima do peso. Quero ele lá, lindo, entrosado e se interessando pelo meu mundinho e os meus.  

Não precisa abrir sempre a porta do carro e puxar a cadeira, mas que faça questão em abrir as portas da casa dele para a família me receber. E por mais que ame a mãezinha dele, lembre que eu sou diferente dela e foi a mim que escolheu para viver feliz o resto dos dias. Isso mesmo. O resto dos dias, "até que a morte nos separe. Amém!" Porque casamento e família ainda são sagrados para mim e deve ser pra você também, meu amor.

Que tenha valores semelhantes aos meus, acredite em Deus e já tenha criado um cachorro. Li outro dia que bons donos de cachorros têm tendência a serem bons pais – literatura barata, eu sei, mas não custa não duvidar.  Que me faça lembrar que ir pra night é bom, mas estar bem acompanhada é ainda mais. Que me erga quando eu pisar na bola ou o chão se abrir, engolindo tudo.
Um amor como o de  'Lizzy e Darcy' que se sobrepõe a tudo e assim eu possa dizer: “sim, mil vezes sim”, mas sobretudo que seja real, honesto e multiplicador como o dos meus pais, meus avós...
Sim, eu quero um amor pra casar.

Um comentário:

DÉBORA disse...

Esse é um daqueles textos que vc pensa:
-Peraí,com é que vc sabe tanta coisa ao meu respeito? =)

Simples e direto ao ponto, palavra a palavra.
Procuro a mesma coisa, que sejamos bem sucedidas na busca.