
Sufoca debaixo do silêncio
um lírio sob o sol
no pingo do mei’dia
Aridez empurra os dias ociosos
levanta poeira entranhada de outras vidas
Tempo feliz e próximo
e ido
Chão vermelho
longe o azul
Dá passagem o inaudito
Terra batida
pisada por tantas gotas de chuvas
pés que há muito não se veem
Sente saudade de nuvens para esverdear
Cor de esperança
cansada por demais da demora
Ardia
Estrada aberta para levar
encontrar vida
Lavar no mar para renovar
Barulhinho de onda arrebentando longe
com vontade de chegar
Partiu
Garganta seca
busca umidade em algum céu
da boca
Por aqui, só o vento arranha
Assovia ramos ressequidos em caracóis
Sem eco
Lilácea queimada de sol
delira
O calor faz tremer sem voz
Seca as pétalas
Ausência que asfixia e cala
Sem notícia
Nem resposta
Faz brotar lírio desse chão sertanejo
sedento de mar
Um comentário:
essa você se superou.. impressionante...
senti Zila Mamede entre o calor do sertão e o mar..
e você ali.. forte
linda!
bjs
e força de mar.
sempre.
Mi
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