Seis meses de vida e já atrás de grades. Não há culpa naquele pequeno ser. A pena (e a dó) é da mãe, condenada por tráfico, que reluta em deixar ir para além-muros, o fruto de uma aventura. O preço recai sobre a pequena vida, que passa pelos portões para ter sua liberdade aprisionada pela miséria, medo, preconceito.
Aqui fora, são outras as celas que faz refém milhares de crianças. O descaso com a educação e os direitos à vida enchem ruas e canteiros de meninos e meninas, que cheiram cola para matar a fome, inclusive, de atenção, na certeza que não terão muitas oportunidades, nem boas lembranças no futuro.
A indignação sem atitude é outra cela, vizinha a da indiferença, que alimenta a desigualdade e a injustiça. E rouba das nossas crianças aquilo que teriam de mais sagrado: a infância e sua inocência.
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