Resolveu edificar
a começar, tirou as pedras
uma a
uma
depois outra
e mais
até que não sobrasse nem o piso...
a desconstrução do que poderia ser
deveria ser
Foi(?)
uma enxurrada de entulhos
picareta doída
inaudível
quebrando os tijolos de duas vidas
uma
e outra
e mais
frágeis sonhos a cair
desfeitos
esfarelados
sólidos como lágrima
sustentáculos de lembranças
vulneráveis ao vento
teimava em se firmar
… na esperança
a qualquer momento desmoranaria
colunas em espiral
Volta
e outra
Ruína
O telhado
vidro quebrado
já não cobria o céu
e pôde se ver através da falta que ele fazia
o azul
tão maior
De pé,
só a poeira
embaça o coração
arranha a garganta
se desfaz
- LEVANTA!
É tempo de construção!
4 comentários:
Levanta! Ando dizendo isso, quase gritando. Definitivamente, essa voz tem que partir de dentro.
Amei o texto. É bem um momento que passo, agora.
Patrycia
acendedordelampadas.blogspot.com
Começar do zero é sempre um exercício de paciência e disciplina. Mas, pelo menos, a argamassa é nova. Adeus rachaduras.
Refazer dá mais trabalho que fazer, mas quem foi que disse que gostamos das coisas fáceis? =)
Forte e doce ao mesmo..como só você consegue..
Estou aqui na torcida pra reunir tudo isso num livro.. um dos mais lindos que virão por aí
sorte!
Mi
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