
Sem jeito, os dedos se esbarraram a caminho da tampa do açucareiro, forçando os olhos a repetir o movimento. Há tempos esperavam se cruzar. Talvez só o toque fosse suficiente ou duas colherinhas para adoçar a amargura dos dias. Ele disfarçou.
- E o que você faz quando não dá para realizar?
- Eu sonho, disse ela sem desviar as mãos ou o olhar.
A resposta esboçou nele um sorriso de autocomiseração. Ela decodificou a possibilidade. Entreolharam-se mais uma vez e, rapidamente, voltaram às xícaras de cafés e tragaram a realidade em pequenos goles.
3 comentários:
Texto leve, rápido e gostoso. Perfeito para abrir os caminhos. Aliás, eu preciso aprender a decodificar possibilidades. Minha vida depende disso. Ou, pelo menos, uma parte considerável dela. Beijos. Muitos.
Bonito post, me lembrou um pedacinho de musica: "se eu nao posso ter, eu fico imaginando"!!
:)
Direto! Amei, até porque, também faço isso. E faço muito rs.
Postar um comentário