Sentou na ponta da cama na falta do que fazer. A luz entrava fraca pela janela. Não havia o que falar e nem quem ouvir. Continuou um ou dois minutos na mesma posição. Sem nada esperar. Era assim que se sentia: sem expectativas. Há tempos a vida andava sem fim. Ou começo. Seguindo um script ditado pela rotina de sobrevivência e sorrisos para disfarçar a solidão. Coração cansado de neblina custava à alma flutuar. Pesava, puxando pra baixo. Olhou as unhas dos pés sem esmalte. Pálida e sem brilho. Deitou. Rolou pro canto e ficou decifrando o silêncio. A parede fria do quarto virou companhia na noite de sábado.
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